Grupo Corpo, Identidades e Subjetivações (CIS) – UFSCAR

O grupo aglutina investigadores/as e estudantes em pesquisas sobre as relações entre corpo, identidades e subjetivações em abordagens teóricas que dialogam com os saberes subalternos (Feminismos, Teoria Queer e Estudos Pós-Coloniais).

Busca contribuir para a consolidação e o fortalecimento da área de estudos de sexualidade e gênero em nosso país, tendo se notabilizado pela dedicação ao estudo, debate e divulgação da Teoria Queer.

Conta com pesquisadoras de renome vinculados a várias universidades brasileiras, mas tem sua base na Universidade Federal de São Carlos, sendo vinculado ao Departamento e ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Em São Carlos, congrega estudantes de graduação e de pós no desenvolvimento de pesquisas, discussão de fontes teórico-metodológicas e sua divulgação em fóruns acadêmicos.

Os líderes, pesquisadores/as e participantes do grupo têm organizado mesas, participado de encontros nacionais e internacionais, apresentado trabalhos e publicado o resultado de suas pesquisas nas principais revistas da área de gênero e sexualidade no Brasil.

Dentre os desafios atuais do grupo, estão o de contribuir para a criação de uma rede de pesquisadores/as que lidam com os mesmos temas e o aprofundamento do diálogo com os movimentos sociais organizados e o Estado na temática dos direitos humanos.

O CIS é coordenado pelo professor doutor da UFSCAR Richard Miskolci, um dos professores que mais entendem do assunto e tem um artigo muito interessante onde constrói intersecções entre  a sociologia e a teoria queer. Tem um currículo lattes invejável e se a deusa-marilac quiser eu ainda serei orientada por ele! Recomendo a todxs procurar seus artigos e comentários no Cadernos Pagu (em breve colocaremos aqui também!).

O site do grupo tem uma biblioteca com livros bem interessantes. Não deixe de visitar o Ponto Q, com artigos muito interessantes sobre cinema, política e otras cosas!

P.S.: Richard, Biblioteca Queer te ama!

Dragões: gênero, corpo, trabalho e violência na formação da identidade entre travestis de baixa renda

Tese de doutorado de Marcos Roberto Vieira Garcia
Instituição: Universidade de São Paulo

Resumo:

O presente estudo se iniciou a partir de uma intervenção de cerca de quatro anos, na área da promoção de saúde, voltada a um grupo de travestis de baixa renda, que realizava encontros em uma instituição pública na região central de São Paulo. O método de pesquisa utilizado foi o da observação participante ativa, priorizando-se o caráter interativo e dialógico na obtenção dos dados. Buscou-se investigar a constituição da identidade social entre as referidas travestis, pela descrição e análise de quatro eixos fundamentais para o entendimento de seu universo – gênero, corpo, trabalho e violência – na perspectiva de transcender o privilégio dado à categoria gênero nos estudos existentes sobre travestis.

Procurou-se submeter cada um destes eixos a uma análise social ampliada e referida à realidade brasileira. A partir de uma abordagem critica à categoria “identidade”, foi proposto o entendimento desta, em relação ao grupo estudado, como uma “colcha de retalhos” (“patchwork”), formada a partir da assimilação de fragmentos de diferentes identidade sociais presentes em nossa sociedade. Considerou-se que as principais identidades incorporadas pelas travestis estudadas foram as da “mulher submissa”, da “puta” e da “mulher super-sedutora”, no campo da feminilidade e as do “viado”, do “malandro” e do “bandido”, no campo da masculinidade.

A “identidade travesti” resultante mostrou não apenas a ambiguidade masculino/feminina, mas também contradições e tensões entre as próprias identidades femininas – e masculinas – incorporadas.

Clique aqui para fazer download no Banco de Teses e Dissertações da USP.