II Encontro de Gênero da USP

No dia 02 de dezembro de 2011, o II Encontro Gênero na USP, reunirá pesquisador@s, funcionári@s e alun@s que desenvolvem atividades sensíveis à perspectiva de gênero e aos estudos das mulheres. Terá a finalidade de ampliar as discussões sobre os rumos do ensino (dezenas de disciplinas de graduação e pós-graduação), da pesquisa e da extensão no campo dos estudos da mulher e das relações de gênero.

O encontro será realizado no auditório João Yunes, na Faculdade de Saúde Pública da USP, situado na Av. Doutor Arnaldo, nº 715 – Cerqueira César – São Paulo – SP. (Próximo ao metrô Clínicas).

Programação

II Encontro Gênero na USP
9:00 – Apresentação: Boas vindas: NEMGE, interdisciplinaridade e as perspectivas dos estudos de gênero na USP;
9:20 – A História do NEMGE e os Estudos de Gênero na USP – Profa. Dra. Eva Alterman Blay (FFLCH/USP) e Profa. Dra. Rosa Ester Rossini (FFLCH/USP)
Gênero, pós-graduação e pesquisa
10:00 – Os estudos de gênero e sexualidade na área da saúde – Profa. Dra. Simone Grilo Diniz;
10:20 – Os estudos de gênero no Brasil: um balanço provisório – Dra. Arlene Ricoldi (a confirmar);
10:40 – Os estudos sobre mulher saem da academia: os desdobramentos da pesquisa da Fundação Perseu Abramo e Sesc “Mulheres Brasileiras, nos Espaços Públicos e Privados” – Prof. Dr. Gustavo Venturi Jr. (FFLCH/USP)
11:00 – Debate com o público
Gênero, graduação e o diálogo intergeracional
14:00 – Estudos de Gênero nas disciplinas de graduação e pós da USP – Ana Carolina Franzon (PPGSP/FSP/USP) e Izabela Nalio (Graduação Ciências Sociais/FFLCH/USP);
14:20 – Gênero na Graduação – Profa. Dra. Vera Silvia Facciolla Paiva (IP/USP); Profa. Dra. Elisabeth Franco Cruz (EACH/USP);
15:20 – Frente Feminista: I Encontro de Mulheres Estudantes da USP (Janaína Calu – DCE/USP)
15:40 – Uma proposta de Projeto de Extensão de Gênero na USP
16:00 – Espaço dialogado com o público e encaminhamentos
17:00 – Encerramento e lançamento de livros

Clique aqui para realizar a inscrição no evento. Haverá emissão de certificado.
Quem não mora em São Paulo pode prestigiar o evento on-line pelo IPTV-USP.
Confirme sua participação também pelo facebook!

Núcleo de Estudos e Pesquisas Sobre a Mulher (Nepem-UFMG)

O NEPEM – Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da Universidade Federal de Minas Gerais foi criado em setembro de 1984. Possui caráter interdisciplinar e interdepartamental vinculado ao Conselho de Pesquisa e Extensão da UFMG, tendo como objetivo principal articular os estudos e pesquisas desenvolvidos/as pelos diferentes departamentos e setores da UFMG sob a condição da mulher na sociedade brasileira.

O NEPEM desenvolve estudos e pesquisas sobre a mulher e as relações de gênero; promove e coordena seminários e conferências no âmbito da universidade; resenha e divulga cursos sobre a situação da mulher; realiza levantamentos sistemáticos de bibliografia; organiza serviço de documentação; promove a divulgação de estudos e trabalhos realizados pelo Núcleo, e mantem intercâmbio com instituições afins, no país e no exterior.

Clique aqui para visitar o site do NEPEM

Inquéritos policiais e processos de crimes sexuais: estratégias de gênero e representações da sexualidade

Tese de Doutorado de Rafael De Tilio
Instituição: Universidade de São Paulo

Resumo:

Essa tese teve como objetivo identificar, ordenar e entender quais eram as estratégias dos relatos (os argumentos e suas intenções) e as representações da sexualidade que compunham os autos de crimes sexuais queixados na comarca de Ribeirão Preto entre as décadas de 1870/1970. Para entendê-las alguns temas que veiculavam valores considerados ideais e normativos das relações de gênero foram apresentados resumíveis na vivência da heterossexualidade adulta no casamento.

A um banco de dados de 101 autos de crimes sexuais datados entre 1871/1941 (Código Penal 1890) foram comparadas informações de outros 220 autos datados entre 1942/1979 (Código Penal 1940), ambos pertencentes ao 1º, 2° e 4° Ofícios da comarca ribeirão-pretana e sob responsabilidade do Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto. Estes dois conjuntos de autos foram comparados quanto à caracterização (1) dos casos, (2) dos acusados/vítimas e (3) das estratégias de relato e representações da sexualidade.

A análise recorreu ao cálculo de frequência simples para 1 e 2, e à busca de regularidades e cortes temáticos nos depoimentos dos autos para 3. Diante disso, o argumento defendido é que mesmo havendo mudanças nas estratégias, nos casos e nos participantes, as representações da sexualidade continuaram enfatizando aspectos tradicionais das relações de gênero.

Assim, mesmo se na década de 1940 a maioria das queixas muda da tentativa de efetivar o casamento (combinado ou não com o acusado, alegando a vítima que perder a virgindade configurava crime passível de reparação pelo matrimônio) para a tentativa de condenar o acusado (vitimação sexual de crianças, parentes, mulheres e homens de forma não consentida e com uso de força física), o vitimado sempre diz ser moralmente idôneo (mulher e homem honestos e de boa conduta enganados ou violentados a contragosto; criança inocente corrompida pelo contato precoce e violento com a sexualidade), e o acusado se considera erroneamente imputado (ethos masculino: o parceiro já estava corrompido ou se entregou livremente às relações sexuais; o acusado estava acometido de doença ou desvio que o impedia de se portar adequadamente).

Dessa forma os participantes para atingirem seus objetivos enfatizam nos relatos aspectos tradicionais de gênero e sexualidade, pois eram estes os demandados pelos discursos e codex jurídico (que são mais resistentes, mas não indiferentes, às mudanças sociais).

Clique aqui para fazer download no Banco de Teses e Dissertações da USP.

Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS-UFSC)

O Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS) é coordenado pela cientista social e antropóloga Miriam Pillar Grossi. Atuando desde 1991, o NIGS desenvolve pesquisa relacionadas aos Estudos de Gênero e de Metodologia de Pesquisa. O núcleo é vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) à linha de gênero do Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas (DICH) e ao Curso de Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Além dos trabalhos produzidos por sua equipe, o NIGS dispõe de um acervo de teses e dissertações sobre gênero e violência que pode ser consultado, com hora marcada, por pesquisador@s recomendados por suas instituições. Os Cadernos NIGS reúnem dissertações de Antropologia, monografias de conclusão de curso e publicações referentes a projetos desenvolvidos no NIGS. Estão disponíveis on-line por livre acesso. No site do NIGS você encontra material para download nas seguintes linhas de pesquisa:

– Homofobia
– Educação e ensino de gênero
– Estudos de Masculinidades
– Gênero e Política
– História das Ciências sob a ótica de gênero
– Homoparentalidades e conjugalidades homossexuais
– Movimentos Feministas e LGBTTT
– Novas Tecnologias Reprodutivas Conceptivas
– Novas organizações familiares
– Parto e Nascimento
– Pensamento Social e Teorias de Gênero
– Trabalho de Campo e Subjetividade
– Violências contra mulheres e homossexuais

Mesa redonda: “Espacialidades e sexualidades: experiências luso-brasileiras de pesquisa”

O Núcleos de Estudos de Gênero Pagu realizará no dia 21 de novembro uma mesa redonda cujo tema é “Espacialidades e sexualidades: experiências luso-brasileiras de pesquisa”. O evento será realizado na Sala da Congregação, no prédio da Pós-Graduação, 2º andar, a partir das 14h. Confira a programação:

Expositores: Regina Facchini, Isadora Lins França, Bruno Puccinelli e Paulo Jorge Vieira
Coordenação: Maria Conceição da Costa (Pagu/Unicamp)
Debatedora: María Elvira Díaz-Benítez (Pagu/Unicamp)

Expositores:
Mulheres, (homo)sexualidades e produção da diferença na cidade de São Paulo
Regina Facchini
(Pagu/Unicamp)

Consumindo lugares, consumindo nos lugares : homossexualidade, consumo e produção de subjetividades na cidade de São Paulo
Isadora Lins França
(Pagu/Unicamp)

Gueto gay em São Paulo? Moradia, lazer e apropriação do espaço na Rua Frei Caneca
Bruno Puccinelli
(Unifesp/São Paulo)

Os jardins, a esquina e o centro comercial – Espacialidades Lésbicas e Gays e Heterotopias de Pertença em Lisboa
Paulo Jorge Vieira
(Centro de Estudos Geográficos/Universidade de Lisboa)

Organização:
Núcleo de Estudos de Gênero – Pagu / Isadora Lins França / Paulo Jorge Vieira
Promoção:
Curso de Doutorado em Ciências Sociais / Núcleo de Estudos de Gênero – Pagu

Fonte: Pagu

Seminário “Medicalização da Sexualidade, Sujeitos e Agenciamentos”

Data: 30/11/2011
Local: Auditório do Instituto de Geociências/Unicamp
Horário: 10h00 às 18h00

Programação:

10h00 às 12h00
Conferência de abertura:
A sexologia clínica contemporânea: novos rumos na medicalização da sexualidade
Jane Russo (Instituto de Medicina Social/UERJ)
Coordenação do debate: Maria Filomena Gregori (IFCH/Pagu/Unicamp)

14h00 às 17h00
Mesa Expertises biomédicas, sexualidades e sujeitos: agenciamentos e normatividades
Coordenação: Maria Conceição da Costa (IG/Pagu/Unicamp)
Debatedora: Jane Russo (IMS/UERJ)

Expositores:
Sexualidade na menopausa: estudo etnográfico entre mulheres frequentadoras do ambulatório de menopausa do Caism/Unicamp
Rebeca Fertrin (IG/Unicamp)

Desejos regulados: a invenção da addicção sexual e suas apropriações
Carolina Branco Castro Ferreira (IFCH/Unicamp)

Assexualidade: notas sobre política sexual, legitimação científica e a noção de desejo
Mauro Brigeiro  (IFCH/Unicamp)

“Praticamos SM, repudiamos agressão”: BDSM e manejo de convenções patologizantes
Regina Facchini (Pagu/IFCH/Unicamp)

Boylovers: crime, doença ou desejo?
Alessandro Oliveira (IFCH/Unicamp)

17h00
Lançamento de livro: 
Jorge Leite Junior (UFSCar)
Nossos corpos também mudam: a invenção das categorias “travesti” e “transexual” no discurso científico. São Paulo: Annablume Editora/ FAPESP, 2011

Organização:
Regina Facchini
Carolina de Castro Ferreira

Promoção:
Núcleo de Estudos de Gênero – Pagu/Unicamp
Departamento de Política Científica e Tecnológica/Instituto de Geociências/Unicamp
Programa de Doutorado em Ciências Sociais/Instituto de Filosofia e Ciências Humanas/Unicamp

Fonte: Pagu

A família no discurso dos membros de famílias homoparentais

Tese de doutorado de Luiz Celso Castro de Toledo
Instituição: Universidade de São Paulo

Resumo:

A união entre pessoas do mesmo sexo, um dos arranjos familiares característicos de nosso tempo, segue gerando controvérsias em vários países, participando da agenda de movimentos por direitos sexuais, interpelando autoridades religiosas e políticas, membros do judiciário e profissionais da área de saúde. Nesse ínterim, famílias homoparentais se constituem, criam e adotam filhos.

A Psicologia e suas ramificações tiveram papéis destacados historicamente na configuração das condições de enunciação a respeito dessa temática. A reflexão crítica sobre a experiência dessas famílias a partir de sua perspectiva, sem reproduzir o discurso normativo, é rara. O objeto deste estudo foi o discurso sobre a família proferido por 10 homens membros de família homoparentais residentes em Ribeirão Preto e arredores, com média de idade de 35 anos.

As 10 entrevistas em profundidade foram analisadas a partir do referencial da análise de discurso e da obra de Michel Foucault, discutidas à luz da literatura do campo construcionista que pensa a sexualidade como fenômeno social. Discutiu-se que os entrevistados referem-se de formas distintas às suas famílias de origem e às suas famílias atuais, homoparentais. Às famílias atuais foram associados sentimentos amorosos intensos, o companheirismo e a rapidez na decisão de morar juntos. Os enunciados sobre as famílias de origem foram marcados por menções à rejeição, à violência, à morte, perdas e sofrimento.

Vários dos homens entrevistados mostraram-se temerosos ante a possibilidade de serem rejeitados por parentes próximos, colegas de trabalho, membros do judiciário e psicólogos em função de sua orientação sexual ou de seu pertencimento a uma família homoparental. Ao discorrerem sobre essa temática, os entrevistados construíram cenas enunciativas marcadas por uma acentuada assimetria de poderes. Diante da exposição pública de sua orientação sexual e de sua família homoparental, restaria aguardar, pedir ou torcer pelo reconhecimento e pela aceitação social.

Defenderam reiteradamente a normalidade de si mesmos, de suas famílias e filhos. Todos externaram o desejo de tornarem-se pais e destacaram os sentimentos amorosos como o critério mais importante para a escolha de uma criança para adoção. Todo discurso é uma produção cujas condições de possibilidade dependem do contexto de sua enunciação. A construção discursiva dos membros dessas famílias acerca do que seria a família homoparental está ocorrendo sob condições desfavoráveis, pois se elas ganharam visibilidade social nos últimos anos, também foram alvo de ataques e tiveram sua legitimidade e cidadania contestadas por instituições centrais para a vida cotidiana, tais como a Igreja, o poder legislativo e judiciário.

Devem ser considerados, portanto, os riscos de utilizarmos termos como homoparentalidade ou gay families no âmbito dos estudos e práticas em Psicologia. Psicólogos (dentre outros profissionais de saúde) participaram da construção da imagem do homossexual como uma outra espécie, associada à doença, ao pecado e ao crime e deveriam ter cautela para não defini-las como mais uma espécie deficitária de família.

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“Sexualidades Transgressoras” – História Sexual da MPB, de Rodrigo Faour

O livro “História Sexual da MPB”, do jornalista e pesquisador Rodrigo Faour traz uma extensa pesquisa sobre vários aspectos da sexualidade presentes na música brasileira. O sucesso do livro foi tanto que até rendeu um programa no Canal Brasil com o mesmo título com o livro. Ele dedicou um programa às “Sexualidades Transgressoras”, entrevistando Ney Matogrosso, Ângela Rô Rô, Maria Alcina, Joyce. Está um arraso!

A vivência afetivo-sexual de mulheres transgenitalizadas

Tese de doutorado de Maria Jaqueline Coelho Pinto
Instituição: Universidade de São Paulo

Resumo:

A transexualidade é uma forma de manifestação da sexualidade humana, caracterizada por um forte desejo de correção cirúrgica. No cenário atual, indivíduos que se sentem pertencentes a uma identidade de gênero oposta ao seu sexo biológico, aos poucos têm sido ouvidos em suas reivindicações. Essa problemática é antiga, o que o torna atual é a possibilidade legal e ética de mudar de sexo. Partindo dessa premissa, a presente pesquisa, realizada com dez transexuais MtF já submetidas à cirurgia de transgenitalização no Hospital de Base de São José do Rio Preto SP/FAMERP, objetiva a compreensão dos sentido e significado atribuído por elas à vivência afetivo-sexual após a cirurgia de transgenitalização.

Os depoimentos foram obtidos por meio de uma entrevista mediada pela seguinte questão: Como está sendo sua vivência afetivo-sexual após a cirurgia de transgenitalização? Para análise, utilizamos a metodologia qualitativa viabilizada pela suspensão fenomenológica, que consiste na leitura e releitura dos depoimentos, discriminação das unidades de significados, elaboração de categorias e identificação das convergências e divergências nos discursos. Para compreensão dos depoimentos buscamos o auxílio de perspectivas teóricas biológicas, psicológicas e sócioculturais.

Na análise dos depoimentos foram destacadas as categorias de significados: 1) descoberta do corpo transgenitalizado; 2) temporalidade da relação sexual após a cirurgia; 3) temor da revelação; 4) vivência afetivo-sexual; 5) papel social de gênero; 6) a temporalidade da mulher transgenitalizada. Como resultados, encontramos o reconhecimento de uma imagem em harmonia com seus corpos, integrando sua identidade biológica à psicológica. A ansiedade e a insegurança entre o desejo e o medo do novo surgem no início das atividades sexuais após a cirurgia.

O temor da revelação está presente e representado pelo medo da não aceitação social e a ocorrência de agressões psicológicas ou físicas decorrentes do seu estigma. Em sua vivência afetivo-sexual, emerge a satisfação pessoal pela nova possibilidade de vida. Seus relacionamentos apresentam componentes do estigma e dos estereótipos a ele associados. A expressão do estigma aparece no papel social de gênero. Dentro da temporalidade surge a satisfação com o corpo e o novo papel de gênero e, a busca por relacionamentos afetivo-sexuais. A cirurgia de transgenitalização constitui um grande passo na temática da transexualidade, possibilitando à mulher transgenitalizada a aquisição de uma identidade integral compatível com o seu psiquismo.

A partir dela, emergiram novas sensações, sentimentos e prazeres, possibilitando relações afetivo-sexuais e sociais integradas a sua existência. No cenário atual, a transgenitalização passou a ser compreendida, por essas mulheres como um dos elementos necessários, embora não o único, para o seu reconhecimento e inserção social no mundo contemporâneo.

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